quinta-feira, 24 de abril de 2014

quinta-feira, 10 de abril de 2014

13. O medo do novo

Quando Eep volta de sua busca pela luz, traz consigo uma novidade: uma concha que permite chamar Guy, o primeiro celular da história.

A reação dos Croods à novidade é de horror; afinal, isso vai contra a crença dogmática de gerações e gerações de seus antepassados: "tudo que é novo é perigoso".



Os familiares de Eep agem como uma turba enfurecida e destroem aquilo que ela considerava a coisa mais bela que já tinha visto, da concha sobram apenas os cacos (conchas não faziam parte do mundo conhecido por Eep).

Infelizmente, muitos episódios como esse aconteceram ao longo da História da humanidade, e continuam acontecendo, vemos todos os dias nos jornais.

O preconceito e a intolerância sobrevivem impedindo que as pessoas conheçam novidades; o que garante a sobrevivência dos xamãs/sacerdotes/chefetes guerreiros é o poder tirânico exercido sobre o povo, e se o povo tiver acesso a novidades que os façam pensar fora de seu mundinho limitado, o esquema de dominação estará ameaçado.


O exemplo mais concreto desse tipo de atitude é a destruição das estátuas de Buda no Afeganistão. E os atentados contra escolas que ensinem qualquer coisa além do Corão. 

Esses budas não foram o único patrimônio da Humanidade destruído por intolerância. A bola da vez está rolando em Timbuktu, na África, onde templos milenares estão sendo vandalizados porque assim determina o livro sagrado dos muçulmanos baseado no livro sagrado dos hebreus, hebreus criticados porque não reconheceram o profeta Jesus (aquele mesmo Jesus do livro sagrado dos cristãos).

Sim, concordo, não faz o menor sentido. 

Talvez o maior de todos os patrimônios destruídos tenha sido a Biblioteca de Alexandria, construída com o objetivo de guardar todos os livros pergaminhos e papiros com todo o conhecimento do mundo antigo.

Essa biblioteca foi destruída várias vezes. A guerra pela conquista romana do Egito causou um incêndio devastador; mesmo assim, os textos que sobraram ainda a mantiveram funcionando por centenas de anos.


Há uma versão de que a última destruição ocorreu nos anos 700 por ordem de um califa logo após a criação do Islã com o seguinte argumento ‘lógico’:

Se esses livros estiverem de acordo com o Corão, então não precisamos deles para nada; e se eles se opõem ao Corão, destrua-os.

Foram necessários seis meses para queimar todo o conhecimento acumulado que ainda restava do mundo antigo.

Livros persas foram destruídos no Irã, livros judaicos foram destruídos por toda a área de influência islâmica...

Mas voltemos à segunda e mais dramática destruição da biblioteca de Alexandria, tema da postagem de hoje:


Criada pelos gregos após a dominação do Egito por Alexandre, o Grande, a Biblioteca de Alexandria era ponto de encontro de pesquisadores de todo o mundo; Alexandria era sede de várias escolas filosóficas.

Nesse ambiente intelectual, eram discutidas e analisados os pilares da Ciência em um mundo que se polarizava em torno de uma nova religião; os cristãos impunham sua doutrina de amor ao próximo expulsando os judeus e perseguindo os pagãos.
  
Filosofia não era vista com bons olhos pelos cristãos, que consideravam tudo coisa do demônio, como fazem hoje os televangelistas que veem o diabo até em pote de maionese.


Alguns historiadores consideram o fim da biblioteca de Alexandria como o marco do fim da Antiguidade clássica.

Outros consideram que esse marco foi o assassinato de Hipátia, a diretora da biblioteca, por uma turba de cristãos enfurecidos em 415 d.C.

Isso foi logo antes do fim da biblioteca, quando o preconceito religioso ordenou que todos os textos não cristãos fossem queimados, porque o novo livro sagrado baseado no livro sagrado dos hebreus continha todas as respostas.

Mas quem foi Hipátia?

Você nunca ouviu falar dela, mas provavelmente ouviu falar de Santa Catarina. 

Santa Catarina de Alexandria foi uma mártir cristã muito venerada durante a Idade Média.

Catarina era uma princesa por quem o imperador romano caiu de paixão.

Mas Catarina já havia sido transportada aos céus onde havia se casado misticamente com Jesus, e não queria nada com o imperador. 

O imperador insistiu e insistiu, até que Catarina propôs um concurso: ela debateria com 50 sábios indicados pelo imperador, e se não conseguisse provar que ser cristã era a coisa certa a ser feita, ela se casaria com ele.

Catarina debateu e converteu os 50 sábios pagãos do imperador, que enfurecido ordenou que ela fosse ralada em uma roda de tortura (uma roda com espigões que ia arrancando a carne da vítima aos poucos). 

Mas Deus fez com que a roda se quebrasse e Santa Catarina acabou sendo decapitada, mas em vez de sangue jorrou leite. 

Ao final, seu corpo foi transportado por anjos até o monte Sinai, aquele mesmo onde Charlton Heston recebeu os Dez Mandamentos fundamentais do livro sagrado dos hebreus.

Difícil de acreditar, né? Mas não para um cidadão medieval, onde o desconhecimento do mundo tornava tudo maravilhoso e crível.

O fato é que Catarina nunca existiu, nem o concurso de sábios, etc., etc.

Essa história foi criada para acobertar o assassinato de Hipátia, que era uma personalidade conhecida entre a intelectualidade contemporânea.

Quando a notícia de que Hipátiaa filósofa, matemática, astrônoma e diretora da mundialmente renomada Biblioteca havia sido esfolada viva em uma igreja por uma turba de cristãos enfurecidos, retalhada por cacos de conchas e pedaços de cerâmica em nome de Cristo no importante centro cultural de Alexandria, a história pegou muito mal para a igreja.

E a explicação dos sacerdotes para quem ficou horrorizado com a barbárie foi:"não, não foi bem assim, os cristãos são bonzinhos, na 'verdade' foi Catarina, uma mártir cristã que resistiu ao imperador malvado, tereré, tereré..."

Uma mentira repetida mil vezes torna-se uma verdade, já dizia o nazista Goebbels.

Por que Hipátia foi morta?

Porque tentou defender os direitos dos livres pensadores não cristãos diante da crescente opressão da ditadura religiosa talibanesca praticada por Cirilo, bispo de Alexandria. 

Cirilo era um cristão linha dura, chefe de uma milícia de 500 monges armados que impunham a fé cristã a todos que não queriam morrer ou serem expulsos da cidade.

Radical ao extremo, Cirilo recorreu a expedientes dignos dos bastidores de Brasília para impor seu ponto de vista sobre a cristandade. 

No Concílio de Éfeso, fundamental para determinar os rumos da igreja católica, Cirilo conseguiu a excomunhão de Nestório (um moderado) por não ter a mesma visão mística e radical.

Cirilo estabeleceu os dogmas da trindade (Deus é Um, mas é Três) e da concepção virginal e do parto virginal de Maria.

Seus adversários na época diziam que Cirilo era um "monstro, nascido e criado para a destruição da igreja"

Cirilo venceu, impôs seu ponto de vista e depois disso vieram as trevas.


A religião católica nasceu com a cunha cravada que iria resultar nos cismas e perseguições religiosas dos "hereges" que não aceitavam tal doutrina mística e incoerente.

Estava plantada a semente das guerras religiosas que ceifariam milhões de vidas na Europa mais de mil anos depois.

Pelo Vaticano, Cirilo é considerado um santo — São Cirilo — e um dos pilares da fé, doutor da igreja, um dos pais do catolicismo.

Por sua visão de mundo, pelas consequências de seus atos, receio que seus inimigos estivessem certos quanto a seu papel na formação da igreja...

Para finalizar, nem tudo é treva na postagem de hoje:



A Bibliotheca Alexandrina foi reconstruída no século 21 com a mesma proposta da original.

O que deixa um pouco de esperança para a humanidade é que sempre tentamos manter a chama do conhecimento acesa.

Não podemos deixar que essa chama seja apagada pelas turbas enfurecidas de bestas-feras desconhecedoras de que não estamos mais nos tempos da barbárie. 

Um abraço,

Jeff

Créditos das imagens / Para saber mais:
Croods: DreamWorks Animation
Buda destruído: http://www.timesofmalta.com/articles/view/20110311/world-news/unesco-plans-museum-for-destroyed-afghan-buddhas.354229
Biblioteca de Alexandria: http://factsanddetails.com/world/cat56/sub366/item2035.html
                  http://en.wikipedia.org/wiki/Library_of_Alexandria
Maionese do homem do inferno: http://www.umsabadoqualquer.com/
Catarina: http://pt.wikipedia.org/wiki/Catarina_de_Alexandria
Hipátia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipátia
Cirilo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cirilo_de_Alexandria
Nova Biblioteca: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bibliotheca_Alexandrina

Ops... Postagem adiada

O micro foi para a UTI e o back-up foi junto... falha minha.

A alta hospitalar estava prevista para o retorno das férias, depois ficou para hoje ainda a tempo de ir ao ar, mas foi adiada novamente.
Imagem: http://omelete.uol.com.br/galeria/The-Croods/Os-Croods-arte-conceitual-10/

Assim que possível, as postagens voltam à programação normal.

Peço desculpas aos leitores fiéis...

Um abraço,

Jeff

quinta-feira, 3 de abril de 2014

12. Guy, o xamã

Chegando à fonte da luz misteriosa, Eep encontra algo inesperado; um humano diferente de todos os outros neandertais seus conhecidos.

A princípio ela pensa ser um monstro, porque Guy (esse é o nome do cara) está usando uma carcaça de javali como... como... ahn... adereço.

Andar por aí com uma cabeça de javali na testa não é algo que um cara faz à toa, há um motivo para isso.


Na tribo dele, Guy seria um xamã.

Os xamãs também podiam ser guerreiros, mas não eram necessariamente os guerreiros mais fortes. Em compensação, podiam dar apoio moral 'incorporando' o espírito do animal protetor da tribo.


Durante uma batalha, elevar o moral dos companheiros e causar pânico na tribo inimiga era valioso para o esforço de guerra. E se você parecesse alguém possuído por entidades do outro mundo, isso abalava psicologicamente o inimigo. Choque e terror são uma técnica e doutrina militar muito antiga.

Em muitas sociedades primitivas, a tarefa de comunicação com o além era (e ainda é) cumprida por andróginos ou transgêneros; sua facilidade de alternar entre um gênero e outro seria demonstrativa de sua facilidade de passar deste mundo para o outro, desconhecido e cheio de mistérios que só o xamã entendia.

Tumba de xamã com esqueleto aparentemente feminino, mas que o DNA mostrou ser um homem.
Exemplos dessa atribuição vinculada ao (trans)gênero são encontrados em culturas tão distantes quanto a de nossos pajés pré-cabralinos e os xamãs tailandeses. E o espalhafato da indumentária dos xamãs tem a função de exteriorizar a complexidade dos mistérios ‘divinos’ que somente eles sabem interpretar.

Na pré-história, os xamãs tinham a exclusividade do contato com os deuses e, no início da dominação do fogo, eram os responsáveis por conservar uma chama acesa, dia e noite, com chuva, neve ou ventania. 

Por isso essa chama era sagrada, ninguém podia bulir com ela. Dela dependia a sobrevivência da tribo para enfrentar os animais selvagens e os rigores do clima, além de assar os vegetais (ainda não havia panelas) para possibilitar sua ingestão.

Há uma passagem bíblica onde Javé fulmina os dois filhos de um sacerdote porque acenderam os incensórios da tribo.

Matar o irmão pode, acender foguinho não pode.
Essa é uma reminiscência de eras muito antigas, perdidas na noite dos tempos. Nos primórdios, a dificuldade de fazer fogo era grande, e havia um esforço enorme para não deixar a chama sagrada se apagar. Ai de quem brincasse com o fogo...

Essa associação entre o fogo sagrado e os xamãs/sacerdotes não foi diminuída nem com o passar de gerações e o domínio de técnicas que permitiram acender o fogo com maior facilidade.


Até hoje existem sociedades onde é necessária a presença de um xamã/sacerdote para encontrar aviões desaparecidos ou cuidar do fogo para o preparo das refeições, e não estou falando de tribos perdidas nas selvas da Papua Nova Guiné.

As refeições kosher do povo hebreu são preparadas de acordo com as tradições ditadas por Moisés na Idade do Bronze: o sacerdote acende a chama e ninguém pode alterar sua intensidade, exceto o rabino. É sério.


Para os xamãs/sacerdotes, não somente o fogo tinha esse papel relevante, mas outros fenômenos impressionantes da Natureza também pautavam a conduta de povos pré-históricos e também de civilizações modernas.

O pôr do sol é uma hora sagrada para diversas religiões, porque.... porque... ué, o Sol morre no horizonte, quem garante que ele vai nascer de novo? Por via das dúvidas, melhor rezar, senão...


Se a preparação de uma refeição kosher ultrapassar o horário do pôr do sol cronometrado pelo rabino, todo o lote de comida será descartado. É sério.

Mesmo em sociedades mais evoluídas (da Idade do Ferro), o fogo continuou a representar um papel importante em todas as religiões de todos os povos. Os romanos mantinham sua chama doméstica sempre acesa em seus lares. Mas para eles um lar ainda não era um lar como o entendemos hoje.


Lar era a divindade doméstica que protegia aquela família, e uma chama era mantida acesa em sua honra. E também era muito útil para acender o fogão a lenha nas horas de necessidade.

Daí veio nossa palavra lar (no sentido de residência). E da palavra lararium, o local de veneração do lar, veio a lareira. E também as capelinhas com imagens de santinhos até hoje reverenciadas pelas vovós.



Com a invenção da vela de parafina, ficou mais fácil manter os lares acesos e os templos passaram a ter um excelente produto consumível para sustentar a devoção e as despesas paroquiais.

Você já parou para pensar o que é uma lamparina ou uma vela?


Basicamente, é um barbante envolvido em óleo ou parafina que demora a se queimar. As fibras do pavio sugam permanentemente o óleo/parafina/gordura derretida, e são essas substâncias ricas em hidrocarbonetos que se vaporizam e queimam, minimizando (mas não impedindo) o consumo do pavio em si.

E é aí que vem a parte interessante: Por milênios, o principal material usado para os pavios de lamparinas e velas foi o cânhamo.




O cânhamo é uma fibra natural muito resistente e praticamente pronta para uso, basta arrancar as folhas e trançar vários caules; cabos de cânhamo eram usados como o cordame dos navios e pavios de cânhamo serviam para a confecção de velas e mantinham as lamparinas acesas.



Uma particularidade desconhecida na época é que o cânhamo é um material muito rico em canabinoides, substâncias que ao serem inaladas e entrarem na corrente sanguínea provocam estados de torpor e alucinações. Também conhecidos como êxtases místicos.


O motivo disso é que o cânhamo de alto teor de canabinoides é mais conhecido pelo nome de maconha, marijuana ou erva-do-diabo.


Minha teoria é que durante milênios os xamãs/sacerdotes portadores da chama e das ervas sagradas permaneceram em ambientes ricos em fumaça de cânhamo e outros aparentados.



Muito da literatura fantástica da Antiguidade foi escrita por xamãs/sacerdotes e copiada por escribas que não estavam no perfeito domínio de si mesmos.



Seres fantásticos das mitologias da Suméria, Babilônia, Pérsia, China, Índia, Maias, Astecas, Incas, coloque aqui ______________ o povo que você quiser, foram descritos e perpetuados por gerações e gerações de xamãs/sacerdotes que viajavam em ideias delirantes “sopradas pelo(s) deus(es)”.


As pessoas em suas casas também inalavam uma pequena quantia de fumaça de cânhamo, mas nem se comparava aos palácios e templos , onde essa fumaça ardia em quantidades industriais para iluminar o ambiente e agradar ao(s) deus(es)... um efeito colateral era o êxtase experimentado pelos frequentadores em transe.


Foi nesses ambientes enfumaçados dos palácios e templos que foram gestados conceitos teológicos absurdos, mal entendidos, guerras e perseguições religiosas que atravessaram os milênios e levaram milhões e milhões de seres humanos à loucura e à morte.



Sonhos delirantes foram interpretados como profecias e mensagens de Deus em pessoa. 

A mensagem misteriosa era difícil de interpretar, e não faltaram sacerdotes se prontificando a traduzir as "mensagens" à sua maneira para arrebatar mais fiéis e angariar mais tesouros para a "glória do Senhor".



Deu no que deu.

Gerações e gerações apavoradas aguardaram o apocalipse, quando as estrelas cairiam do céu (como se isso fosse possível) e bestas de 7 cabeças andariam pela terra (como se isso fosse possível).

Pensar que o Sol poderia parar de girar em torno da Terra para que uma tribo ganhasse uma batalha, ou que as estrelas pudessem se desprender do céu e cair sobre nossas cabeças é consequência da visão de mundo restrita dos povos de então.

Mesmo o Sol era visto como algo que teria no máximo o tamanho de uma montanha...

Como explicar que a proporção das maiores estrelas em relação à Terra seria a de uma bola de basquete bexiga de boi estufada para algo menor do que um grão de areia, e que elas estão a distâncias de sagans de sagans* de quilômetros daqui? 

Mas a petrificação de crenças pré-históricas com o rótulo de sagrada palavra de Deus se tornou inconciliável com o avanço do conhecimento científico.

O que se faz quando há conflito entre Ciência e Religião? 

Mata-se os cientistas, com a bênção divina.

Isso acontece até hoje, é só ler os jornais.

E pensar que tudo começou com carinhas bem intencionados como esse aí...


Preciso dizer mais alguma coisa?

Um abraço,

Jeff
*: Um sagan é uma unidade de medida equivalente a "bilhões e bilhões". Piada de astrônomos.

Créditos das imagens / Para saber mais:
Croods: DreamWorks Animation
Mitos nórdicos: http://weeklynorsemyths.wordpress.com/2013/06/06/shamanism-and-norse-mythology/
Shaman andrógino: http://blog.prehistoricshamanism.com/519/the-grave-of-a-sarmatian-shaman/
Levítico 10: http://www.thebricktestament.com/the_wilderness/god_kills_aarons_sons/lv10_01a.html
Bomoh malásio: Lai Seng Sin/AP http://www.nydailynews.com/news/world/malaysia-recruits-witch-doctors-find-missing-passenger-jet-article-1.1720770
Dragão: http://reelclub.wordpress.com/2012/09/30/no-longer-blinded-by-the-light-the-supernatural-in-dolores-claiborne/
Lararium: http://www.ancientvine.com/lar73.html
Capelinha: http://carolinatrabalhos.blogspot.com.br/2009/11/oratorio-nossa-senhora-aparecida.html
Lamparina: http://en.wikipedia.org/wiki/Oil_lamp
Iluminura: http://anthologio.wordpress.com/2013/05/25/illuminated-manuscripts-making-a-manuscript-or-scribes-artists-paint-themselves/
Serafim: http://pt.wikipedia.org/wiki/Serafim
Ishtar: http://en.wikipedia.org/wiki/Ishtar
Ravana: http://en.wikipedia.org/wiki/Ravana
Divindade asteca: http://en.wikipedia.org/wiki/Tezcatlipoca
Dragões: http://en.wikipedia.org/wiki/LGBT_themes_in_mythology
Igreja em festa: http://www.haaretz.com/print-edition/news/police-firepower-safeguards-holy-fire-in-jerusalem-as-orthodox-christians-celebrate-annual-miracle-1.357804
Apocalipse: http://en.wikipedia.org/wiki/Book_of_Revelation